quarta-feira, 30 de maio de 2007

Apaixonado por carros

João Victor Leite e Marcelo Zicker

Arlindo Gonçalves, o “Seu Arlindo”, tem 72 anos e é um exemplo de vida. Quatro vezes por semana, ele acorda cedo e, com a ajuda dos netos, sai pelas ruas do bairro Dom Cabral, Califórnia e João Pinheiro para vender verduras e fazer novos amigos. Arlindo reconhece que não tem mais ânimo para andar todos os dias e que o dinheiro das vendas não é lá grande coisa, mas reencontrar as antigas amizades e passar mais tempo com os netos vale o sacrifício.

Capixaba de Vila Ibituba, distrito de Baixo Guandu, o vendedor mora a 37 anos no bairro João Pinheiro e divide o mesmo lote com mais seis famílias, todas formadas por seus filhos e netos. Ele se alegra por ter uma família grande, casado há 52 anos com Valmerinda Gonçaves da Silva, o casal possui 13 filhos, 31 netos, dois netos adotivos e dois bisnetos.

Arlindo é aposentado e recebe um salário mínimo por mês. Encontrou nas verduras um meio de completar a renda da casa e continuar seu antigo hobby, colecionar carrinhos de brinquedo. “Desde pequeno eu guardava todos os carrinhos que meu pai fazia para mim, cuidava com tanto carinho que eu nem deixava os outros meninos usarem”, diz.

Sempre que pode, Arlindo compra mais um carro para a sua frota. É só ver um carrinho numa vitrine ou banca que ele logo se apaixona. “Os que eu mais gosto são os caminhões, eu tenho um monte. O problema é que nem sempre tenho dinheiro para comprar mais. Eu queria era comprar todos”, fala.

Hoje sua coleção chega a mais de 200 tipos de miniaturas. São carros de todos os tamanhos e modelos, mas um é especial para ele. “Ainda tenho um carrinho que meu pai me deu quando eu completei 12 anos, esse meus netos nem podem chegar perto”, conta o aposentado com alegria.

A paixão por carros do aposentado vem desde pequeno. Aos dez anos de idade ele já ajudava a família nas ocupações da roça, guiando “carro de boi”. Já foi caminhoneiro, tratorista, taxista, motorista de ônibus, e sempre um entusiasmado por carrinhos de brinquedo.

Arlindo espera que os netos sigam o exemplo do avô e dêem continuidade a sua coleção. “Meus filhos nunca deram confiança para carrinhos, o negócio deles era jogar bola. A minha esposa sempre me avisou que carrinho é coisa de menino. Ainda bem que tem netos meus que adoram os meus brinquedos”, disse.

1 Comentários:

Blogger 8o JN 1/2007 disse...

Olá,
achei o personagem um pouco fraco para segurar o perfil... cuidado com o uso de links (que link é aquele para a bola???)
Geane

31 de maio de 2007 às 07:20  

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